A venda cobre os olhos dela.
O silêncio na sala vermelha não é vazio — é antecipação.
Ela escuta o som dos passos dele. Lentos. Precisos.
Sente o cheiro de couro. O leve toque de algo frio em sua pele.
O arrepio percorre a espinha.
— Hoje… a sua palavra de segurança é “luz”.
— Se disser, eu paro.
— Mas se não disser… vai até o fim.
Ela engole seco. Assente com a cabeça.
Está pronta.
Ou acha que está.
As mãos dele guiam o corpo dela até o centro da sala.
Lá, um apoio acolchoado.
Ela é posicionada de joelhos, com os braços atados à frente.
— Você vai sentir.
— E vai aprender a desejar o que ainda não conhece.
Ele começa com plumas.
Rasteja pela nuca, coluna, virilha.
O corpo dela se curva instintivamente, pedindo mais.
Mas logo a pluma some.
E o que vem depois é um leve toque de palmatória de couro.
Estala no ar.
Depois na pele.
Paff.
Uma, duas vezes. Alternando o ritmo.
Ela suspira, depois geme.
Um prazer que mistura dor e desejo.
Ele se aproxima, murmura no ouvido:
— Não é punição. É adoração.
— Cada parte sua merece atenção.
— Inclusive a mais profunda.
As mãos dele abrem espaço.
Deslizam géis, toques, dedos.
Ela sente que vai explodir.
Mas ele para.
— Ainda não.
— Você só goza quando eu disser.
A tensão cresce.
Cada comando é um fio puxando o desejo mais pra cima.
Ela está à beira.
Até que ele crava a voz:
— Agora, minha devota.
— Goza com tudo.
— E agradeça por eu ter deixado.
O corpo dela vibra.
Não é só orgasmo — é catarse.
Ela desaba, ainda vendada.
Mas o sorriso dele é a primeira coisa que ela sente quando os olhos se abrem.
— Isso foi só o início.
— O próximo jogo… é com espelhos.
— E com você se assistindo perder o controle.